E decidi me jogar.
Pra frente, pra trás... pra qualquer lugar.
As passagens de um futuro imaginado estão compradas.
Dois dias de experiência para o amanhã.
Meu lugar não é aqui, nunca foi.
Quero remoçar, quero cantar, quero subir pelas paredes.
Drogada ou lúcida, dançar pelo vento, sem medo que ele levante minha saia.
Numa casa branca ou cinza quero adicionar as cores que bem entender.
Lilás, preto, laranja.
Uma cartela misturada que dará um tom desalinhado e único.
Vou rabiscar paredes sem vida. Tentar dar vida à minha parede.
Tomar conta desse nariz. Deixá-lo escorrer.
Correr. Ficar sem comer. Emagrecer. Sumir.
Depois eu volto. Quem sabe empanturrada.
Quero dias sacais.
Vomitar verdades, alimentar mentiras, alimentar esperanças e deixar que elas repousem em minhas mãos. Verdes. Lindas.
Quero chorar lágrimas de sangue, lágrimas de amor, lágrimas salgadas de mares recém explorados.
Buscar poesia.
Buscar pessoas.
Buscar ar. Me sufocar de tanto ar.
Se não der certo... que eu pare embaixo da ponte.
Mas a ponte há de ser minha.
O que importa é que decidi me jogar.
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