Seu amor


Me deixou assim... escorregadia, feito o limo de um poço profundo e esvaziado.
Fez de meus cabelos pêndulos fortes o bastante para segurar o peso de seu corpo.
Minhas pernas ficaram atentas, seguindo o som de sua voz.
Meus seios transformados em macias almofadas, reconfortam o teu rosto nos dias de chuva.
Meus olhos, só conseguem enxergar o que seus pensamentos o permitem.
Tudo ao redor, fica frio, leitoso, difícil de se acostumar.
Minhas mãos, como bandejas de prata reluzentes, apetecem seus desejos mais infanfis...
Sinto sede... somente tua saliva me enche a boca, até transbordar.
Meu sexo, meu ventre, meu rim... nada mais me pertence.
Sou seu fantoche, seu ventríloco.
Não me deixe.
Apunhale meus pescoço com finas agulhas até que eu sufoque.
Jamais serei de outra pessoa, pois é esse o seu intuito, que sem esforços acato.
Talvez num dia úmido, alguém encontre a caixa encriptada na qual confia seus miúdos
e o boneco de voodoo com as minhas feições.

Até lá... estou no seu comando.

6 comentários:

  1. POético e "sexo"
    Curti ...
    Chiquinha buarca!
    eauhehauheua
    Bjo

    To curtindo tb essa parada de escrever!
    eahuehahuea

    http://ejtales.wordpress.com/

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  2. paixão transcrita por palavras de uma forma deliciosa :) !
    gostei muito.

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Conta pra mim, não conto pra ninguém...