"Palavras" de Gandhi

Suas mãos trêmulas passam pelo rosto suado...
morde seus lábios com delicadeza e passa a língua entre os dentes... Seu corpo arde... seus poros se abrem e os cabelos ruivos caem nos olhos enquanto se contorce.
Ela está só... e seu companheiro agora, é apenas uma imagem do grande amor da sua vida... pode vê-lo, porém ele ao menos ali está... ou será que nunca esteve? Pensa nele com mais força enquanto passa as mãos entre os seios, deslizando-a suavemente... quando percebe seus dedos estão fincados em sua coxa...
Suas unhas, com aquele esmalte vermelho descascado, acaba arranhando seu corpo.
Na hora não lhe dá arrepios, sim mais vontade de sentir algo senão aquele misto de vazio e preenchimento. Agarra com afinco seus cabelos... contorce-se... treme... suspira...
Lembra da obsessão dele por ela e como a desejava, porém de um modo singular... como se não houvesse porvir para os dois...
Sophia está inebriada, e agora com o corpo molhado e ainda um pouco relutante, consegue soltar um baixo e longo gemido, que logo se transforma em uma orquestra de sons inaudíveis. Lembra-se da briga que tiveram a pouco...do "amante" que ele insistia em inventar... do modo como a "fazia mulher"...
Seus gritos ficam cada vez mais freqüentes enquanto seus dedos tocam como um violão todo o seu corpo, cada vez com mais força. Seu sangue começa a esfriar e Sophia para. Não consegue mais pensar... não sai som algum de sua boca... logo suas mãos cansadas ficam suspensas entre a cama e o chão, como um lapso consegue vê-lo.
Ele diminui o som do rádio com sutileza, pega sua taça de vinho, e sentado assiste ao grande espetáculo da morte de sua mulher, que sem forças para lutar, fecha os olhos e sorri... afinal se livraria em instantes daquele pesadelo...

"É o sofrimento, só o sofrimento que abre no homem a compreensão interior"

2 comentários:

  1. Adoro seus textos. E suas palavras...
    ...

    Nem tudo precisa ter um final triste.
    Nem todo amor precisa levar à morte.


    Adoro você.
    Beijo-beijo.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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Conta pra mim, não conto pra ninguém...