O sopro do vazio


É impossível descrever como a insensibilidade está nas entranhas do meu ser.
Parece que aqui bateu e fez morada, insistindo em permanecer imutável, calada e ainda assim ensurdecedora.
Ouso dizer que admiro-a, coitada e indiferente.
Porém o que mais me atrai é sua fortaleza, seu modo de continuar no escuro sem reclamações aos vizinhos... seja de alguma frase que ela cisma em aprisionar, seja no abraço forte que seriam meus quando não desviados por ela com afinco.
A insensibilidade me possui de um modo abrupto e sutil.
Contudo, mascarada e perspicaz, confunde quem me deposita confiança.
Os sorrisos contidos e até mesmo os abraços, são vistos como meus, como minhas...
Daí nasce a dor em meu verdadeiro eu.
A inquilina deste corpo é digna de aplausos por sua audácia; em que mesmo fazendo grandes estragos, o ser que ainda julgo ser “eu” é incapaz de despejá-la sem pedir as contas.
Com o tempo tudo realmente vai passar, ainda creio nisto.
Assim como as coisas que não são ditas...
As lágrimas que não caem...
Os amores que se desvaem...
Ou até mesmo os risos e abraços.

3 comentários:

  1. Uma saideira, muita vontade, e a leve impressão, de que já fui tarde...

    [Trocando em miúdos - Chico Buarque]

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  2. show
    texto bacanaa

    bjuss

    is we in the tape

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Conta pra mim, não conto pra ninguém...